Instituto de Combate ao Enfarte do Miocárdio

 


 

Das Denúncias Contra a Cirurgia Cardíaca

 

No livro “Safenando aos Safenados, Despindo a Cirurgia de Ponte de Safena” publicado pela Editora Ícone em 1992, o médico paulista Dr. Efrain Olszewer traz alguns dos conceitos do Doutor Thomas A Preston,  renomado professor e cardiologista americano, os quais reproduzimos literalmente, se somando a outros emitidos por ele sobre a cirurgia de ponte de safena e apresentados anteriormente nesta mesma seção:

 

“O efeito placebo de qualquer tratamento, seja médico ou cirúrgico, é tão importante quanto o tratamento em si mesmo; assim, pacientes que são portadores de angina de peito são comumente submetidos a estudos angiográficos (cateterismo) que por si mesmo representam uma pequena cirurgia, e muitos pacientes pelo fato de que são colocados tubos através de uma incisão pela pele, e pelo desconforto que sentem no peito durante o procedimento, pensam que estão sendo operados terapeuticamente, e muitos pacientes após o estudo do cateterismo referem uma melhora considerável da sintomatologia, como se realmente tivessem sido operados”.  

 

“A maior parte dos conselhos científicos médicos tem se negado a aceitar os estudos não controlados para determinar a eficácia de um procedimento terapêutico, mas a maior parte dos cardiologistas não aceita serem submetidos a estudos controlados, e com freqüência vemos estudos apresentados perante a Sociedade Americana de cardiologia, tentando demonstrar os efeitos benéficos da cirurgia de ponte de safena e não aceitam opinião contrária, são donos da verdade absoluta (sic).”

 

“Tratar a lesão, é o conceito utilizado primariamente pela maior parte dos cirurgiões em se tratando de problemas coronarianos. Uma lesão seria um problema estrutural, que teria de ser resolvido cirurgicamente, ainda que o paciente não apresente sintomas. É comum o paciente ser operado na ausência de sintomas, inclusive em situações nos quais existem divergências em relação à possibilidade de melhorar sua expectativa de vida. Isto não pode ser chamado de medicina científica, apesar de se utilizar técnicas que podem ser consideradas como científicas. É um conceito filosófico pelo qual se acredita que tratando de lesões mecânicas se está resolvendo o problema do paciente, fato que não é necessariamente verdadeiro”

 

“A realidade é que hoje tratamos mais o exame de laboratório do que a situação do paciente; assim, se encontramos níveis baixos de açúcar em um paciente assintomático, é costume tratar o exame de laboratório e ficar feliz se ele passa a valores normais apesar de não ter modificado nenhuma sintomatologia do paciente. O mesmo fato acontece com extrema freqüência em pacientes que são operados por apresentarem lesões nas coronárias. Apesar de não terem sintomas, muitos inclusive morrem na mesa cirúrgica. A cirurgia foi um sucesso, o paciente não resistiu”.

 

“Um médico consciente iniciaria ensinando o paciente a tomar os cuidados necessários para evitar a evolução da doença, e só adotaria uma medida cirúrgica, caso o procedimento preventivo e o tratamento clínico não estivessem controlando a evolução sintomática do paciente. Mas os cirurgiões, com muita freqüência, primeiro indicam realizar uma cirurgia para depois ensinar os procedimentos preventivos, como mudanças nos hábitos alimentares, atividade física, controle de peso, diminuição de atividades estressantes”.

 

“Os médicos donos da verdade, o clã do establishment, chamados de monges de Esculápio, preparam a cena de modo que o paciente tenha a certeza de que virá a ser curado com o tratamento a ser estabelecido, de modo que dias antes é preparado por um grupo de psicólogos, enfermeiras, anestesistas assim como nas noites anteriores à cirurgia recebe informações que o façam pensar que a cura vai acontecer no dia da cirurgia. Um dia antes da cirurgia praticamente todos os pacientes acham que estão tocando o céu da cura, através da cirurgia da ponte de safena.”

 

“Um amigo meu, afirmava que a cirurgia de ponte de safena fazia sentirem-se melhor (os pacientes), porque os pacientes falam que se sentem muito melhor, porque não há nenhum trabalho demonstrando que a melhora dos sintomas após a cirurgia seja conseqüência desta; pelo contrário, tudo leva a acreditar que a cirurgia de ponte de safena tem um poderoso efeito placebo. A melhora dos sintomas é secundária ao fato de os pacientes afirmarem que se sentem melhor”.

 

“Com astúcia e logro os pacientes são induzidos a diferentes tipos de tratamento, e o médico que acredita piamente em um tratamento, utilizará todos os métodos possíveis para convencer o paciente a submeter-se ao mesmo, inclusive com o argumento de que pode morrer se deixar de fazê-lo”.

 

“Chegamos ao extremo de operar um paciente com sintomas anginosos, afirmando que ele vai melhorar dos sintomas e ter uma qualidade de vida melhor, e o fato comumente acontece, e o paciente chega a afirmar que nunca se sentiu melhor na vida, porém uma nova reavaliação hemodinâmica (cateterismo) seis meses após a cirurgia tem demonstrado que as pontes estão fechadas e o problema anatômico e mecânico continua, porém o paciente continua assintomático, e com muita freqüência o médico deixa de avisar ao paciente que a cirurgia não foi bem-sucedida com o temor de que os sintomas voltem, já que em realidade é o efeito placebo que está controlando a situação neste paciente”.

 

“Toda nova terapia tem caráter experimental, e quando o médico a usa, ele engana o paciente quando não informa o caráter experimental da mesma. Por mais de cinco anos, quando se iniciou o tratamento com cirurgia de ponte de safena não se sabia sequer quais eram os pacientes que se beneficiariam com o procedimento cirúrgico, e durante estes anos, muitos pacientes tinham a mesma chance de sobrevida que os pacientes operados, e ainda assim foram submetidos a colocação de ponte de safena.”

 

“Existe um enorme conflito de interesses para um pesquisador que quer testar um procedimento e utiliza o termo ‘terapêutico’ para ganhar aceitação”.   

 

Seção Denúncias