Instituto de Combate ao Enfarte do Miocárdio

 


 

Das Denúncias Contra a Cirurgia Cardíaca

 

Em seu bem sucedido livro "Living Longer With Heart Disease" (Vivendo Longamente Com Doença Cardíaca) de 1998, o cardiologista Howard H. Wayne discute a seguinte questão: O paciente fica melhor ou pior depois da cirurgia de ponte de safena ou angioplastia?  No livro ele diz:

 

"Se a revascularização não previne futuros ataques cardíacos ou morte, o que estes procedimentos realizam? Mais importante, causam eles algum dano? A resposta para essa questão está no olho do observador. Um número relativamente grande de estudos tem sido realizado onde uma variedade de procedimentos de diagnóstico por imagem tem sido usada para determinar se a melhora na função cardíaca ocorre após a revascularização.

 

Quando o ecocardiograma é usado o foco tem sido quanto a movimentação do músculo cardíaco. Com a cintilografia tem sido o fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco. Com a tomografia, o foco tem sido a função metabólica.

 

Infelizmente, cada um destes procedimentos proporciona diferentes respostas. Por exemplo, o estudo de tálio radioativo poderia mostrar que não existe fluxo sanguíneo para uma determinada área. Em contraste a tomografia poderia achar atividade metabólica. No exemplo anterior, o prognóstico poderia ser que não existirá recuperação funcional após a revascularização, enquanto o estudo através da tomografia poderia prognosticar que a recuperação iria ocorrer.

 

Para complicar a questão, os estudos de diagnóstico por imagem, feitos imediatamente após a revascularização, irão usualmente mostrar mais prejuízo na função cardíaca devido ao trauma do procedimento para recuperar a função. Se, no entanto, os estudos forem protelados por vários meses, a recuperação será vista freqüentemente. É aqui que as águas se tornam turvas. Existe sólida evidência que a recuperação irá ocorrer mesmo sem nenhum tratamento, embora o tratamento médico dê velocidade as coisas e aumente as chances de recuperação. Isto ocorre através do próprio processo de revascularização do coração, com o desenvolvimento de novos vasos dentro da área onde as artérias coronárias estão reduzidas ou bloqueadas.

 

Ao lado das complicações agudas e subagudas da angioplastia e cirurgia de ponte de safena, a maior preocupação é a da aceleração do processo aterosclerótico nas artérias coronárias que são tratadas. Por exemplo, os vasos que são contornados pela safena (bypassed) mostram muitas vezes uma rápida progressão do processo de oclusão que leva a sintomas no paciente.

 

Mais importante, os vasos colaterais que tiveram desenvolvimento durante um período de tempo para compensar a artéria reduzida, irão usualmente desaparecer na seqüência da cirurgia de ponte de safena. Conseqüentemente, o músculo isquêmico do coração poderá de fato estar pior depois da cirurgia. A importância destes vasos colaterais é ilustrada pelo fato de que quando uma artéria coronária está severamente reduzida, e então se torna completamente fechada, ela tem pouco efeito na função cardíaca. Isto é porque existem vasos colaterais suficientes para compensar o déficit no fluxo sanguíneo. Em contraste, quando uma artéria coronária está moderadamente reduzida, e fecha de repente, é provável que o paciente tenha um enfarte do miocárdio ou até morra porque a artéria ainda não teve a chance de desenvolver novos vasos colaterais. Por causa destes fatos, a prática comum de se empurrar os pacientes para uma cirurgia de emergência ou urgência devido a artéria coronária estar severamente reduzida é completamente desnecessário, e inútil assustar o paciente e sua família".

 

Referindo-se as várias estatísticas de mortalidade e de morbidade relativas à cirurgia de ponte de safena e angioplastia, citadas neste livro e reproduzidas em seu website na Internet (1), ele coloca:

 

" Os estudos citados são simplesmente uma pequena amostra de muitos estudos similares que demonstram uma larga faixa na freqüência na qual pacientes com enfarte e doença coronária são levados a se submeter a custosos, mas desnecessários procedimentos que não somente não beneficiam o paciente, mas freqüentemente aumentam a morbidade e mortalidade. É difícil escapar da conclusão de que estes procedimentos lucrativos são feitos mais para o beneficio do médico e da instituição do que são para o paciente. Os pacientes são reassegurados que estes procedimentos irão melhorar a qualidade de vida. Infelizmente, não é dito a eles de quem a qualidade de vida será melhorada. Quando o cirurgião ou cardiologista aparece ao lado do leito do paciente e exclama, "Menino, nós pegamos você a tempo!", o que ele realmente quer dizer é que se eles tivessem esperado um pouco mais o paciente teria melhorado por si próprio".

 

 1. http://www.heartprotect.com/mortality-stats.shtml    

 

Seção Denúncias