Instituto de Combate ao Enfarte do Miocárdio

 


 

Estudos Mostram que “Stents” Não Reduzem Incidência de Mortalidade e Enfarte do Miocárdio

 

O Stent é um tubo de metal que pode ser expandido quando colocado dentro de uma artéria coronária. Quando totalmente expandido ele ajuda a manter as paredes dos vasos sanguíneos abertas. Os Stents foram desenvolvidos para prevenir o colapso das paredes dos vasos sanguíneos causando a artéria tornar-se bloqueada, um tipo de complicação que ocorre na angioplastia através de balão que tem o objetivo de dilatar a artéria. Porém,  após a colocação do Stent,  pode acontecer em seu interior a formação e crescimento de tecidos. Esta formação de tecidos faz com que os Stents se tornem constantemente obstruídos, com os vasos continuando a fechar, o que leva a colocação de novos Stents.

 

Em editorial no New England Journal of Medicine (1) Eric J. Topol, comentando o vertiginoso crescimento do uso dos Stents nos E.U.A, diz que os cardiologistas têm erroneamente acreditado que o Stenting reduz a incidência de mortalidade e enfarte do miocárdio. Informa ainda que, um cuidadoso exame dos resultados de vários testes aleatórios, em estudos comparando o Stenting com a angioplastia através de balão, mostrou um número excessivo de mortes e enfartes do miocárdio, entre pacientes designados para colocação de Stents .  O excesso de risco de morte ou enfarte do miocárdio associado com o Stenting, comparando seu uso com a angioplastia através de balão, foi confirmado por um largo teste desenvolvido pelo Epistent Investigators (2).

 

Em novo editorial no New England Journal of Medicine (3), foi outra vez discutida esta questão. Neste é colocado que “Até a data de hoje, entretanto, é desapontador que nenhum estudo mostrou que stents favoravelmente influenciam na mortalidade; de fato, muitos testes, incluindo o de Grines et al (4), reportam altas taxas de mortalidade e de enfarte do miocárdio, entre pacientes aleatoriamente designados para implantação de Stents” 

 

No caso de pacientes idosos (acima de 80 anos), o Stenting apresenta altas incidências de mortalidade hospitalar e no longo prazo além de complicações vasculares e de hemorragia, comparativamente a pacientes não idosos (5).

 

Bibliografia:

1. Coronary-artery Stents – Gauging, Gorging and Gouging   (NEJM, Dec 3; 1998: N 23)

2. The EPISTENT Investigators. Randomized placebo-controlled and balloon-angioplasty-controlled trial to assess safety of coronary stenting with use of platelet glycoprotein-IIb/IIIa blockade (Lancet 1998; 352: 87-92)   

3. Coronary Stents – Have They Fulfilled Their Promise?  (NEJM, Dec 23,99; Vol. 341, N26: 2005-2006)

4. Coronary Angioplasty with or without Stent Implantation for Acute Myocardial Infarction (NEJM, Dec 23,1999; Vol. 341, N26: 1949-1956) 

5. Coronary artery stenting in the aged, Manish S. Chauhan et al, Journal of the American College of Cardiology, 2001        

 

 

Seção Polêmicas