Instituto de Combate ao Enfarte do Miocárdio

 


 

Enfarte do Miocárdio: Prevenção e Tratamento por Cardiotonicos x Angioplastia e/ou Cirurgia de Ponte de Safena (Estatísticas)

Quintiliano H. de Mesquita, Cardiologista

 

Há 26 anos elaboramos a teoria miogênica do Enfarte do Miocardio e iniciamos o emprego do cardiotonico na angina estável com e sem enfarte prévio como prevenção do enfarte e no tratamento da angina instável e do enfarte agudo do miocardio. No presente artigo apresentamos uma comparação entre nossas estatísticas com o uso do cardiotonico e os melhores resultados conseguidos pela angioplastia e/ou cirurgia de ponte de safena:

 

Prevenção do Enfarte e Mortalidade a Curto, Médio e Longo Prazos

1- Procedimentos Cardíacos Invasivos

a) Experiência Nacional do Medicare (EUA)*

Mortalidade depois da Angioplastia

 

Mortalidade depois da Ponte de Safena

225.915 pacientes

 

357.885 pacientes

 

Idade

30 dias

1 ano

 

30 dias

1 ano

65-69

2.1%

5.2%

 

4.3%

8.0%

70-74

3.0%

7.3%

 

5.7%

10.9%

75-79

4.6%

10.9%

 

7.4%

14,2%

> 80

7.8%

17.3%

 

10.6%

19.5%

* Peterson ED, Jollis JG, Bebchuk JD et al from Duke University Medical Center - Changes in mortality after myocardial revascularization in the elderly. The national Medicare experience; Ann. Intern. Med., 1994: Dec. 15; 121(12): 919-27.

b) Mortalidade em 224.258 pacientes idosos (beneficiários do Medicare) que se submeteram a angiografia coronária + revascularização miocardica (angioplastia e/ou ponte de safena), após enfarte do miocárdio (EUA)

  • Em 30 dias: 21.4%

  • Em 1 ano: 34.3%

* Jack V. Tu et al, Use of cardiac procedures and outcomes in elderly patients with myocardial infarction in the United States and Canada: The New England Journal of Medicine - May 22, 1997 - Volume 336, Number 21.

c) Incidência anual de enfarte agudo do miocardio após alta hospitalar da cirurgia de ponte de safena de acordo com achados de vários estudos: 3 a 8%

* Revisão feita por Itzhak Shapira et al. Ver em http://www.sma.org/smj1997/novsmj97/14text.htm

d) - Incidência anual de enfarte após angioplastia em estudo realizado em 444 pacientes com angina instável ou enfarte agudo do miocardio sem onda 'Q': 8.2%. Incidência de enfarte peri-procedimento: 2.7%

 * Williams DO et al, Results of percutaneous transluminal coronary angioplasty in unstable angina and non-Q-wave myocardial infarction. Observations from the TIMI IIIB Trial. Circulation 1996 Dec 1;94(11):2749-55

 

2- Nossa experiência clínica: (Resultados em 17 anos)

Pacientes sem enfarte do miocárdio prévio com uso de cardiotônicos: 684 casos, idade média 55 anos(25-86 a)

  • Enfarte do miocárdio: 2.1% (0.12% por ano)

  • Insuficiência cardíaca: 5.1% (0.30% por ano)

  • Mortalidade: 8 .0% (0.47% por ano)

Pacientes com enfarte do miocárdio prévio com uso de cardiotônicos: 114 casos, idade média 59 anos(42-90 a)

  • Enfarte do miocárdio: 5.2% (0.30% por ano)

  • Insuficiência cardíaca: 13.1% (0.77% por ano)

  • Mortalidade: 29.8% (1.75% por ano)

Pacientes sem enfarte do miocárdio prévio e sem uso de cardiotônicos: 154 casos, idade média 57 anos (32-79 a)

  • Enfarte do miocárdio: 3.2% (0.18% por ano)

  • Insuficiência cardíaca: 5.8% (0.34% por ano)

  • Mortalidade: 13.6% (0.80% por ano)

Pacientes com enfarte do miocárdio prévio e sem uso de cardiotônicos: 126 casos, idade média 53 anos (34-81 a)

  • Enfarte do Miocárdio: 19.0% (1.1% por ano)

  • Insuficiência cardíaca: 45.2% (2,65% por ano)

  • Mortalidade: 79.3% (4.66% por ano)

Tratamento da angina instável e do enfarte do miocárdio

  1. Em uma recente revisão da literatura encontramos estatísticas mostrando angina instável medicamente tratada (conservadoramente) com registros de enfarte do miocárdio de 7.8% e mortalidade de 6.2% e casos com a angina instável tratada cirurgicamente registrando enfarte do miocárdio de 9.6% e mortalidade de 6,3%

  2. Mortalidade hospitalar da angioplastia coronária aplicada no enfarte agudo do miocárdio em estudo realizado em 44,270 pacientes com média de idade de 62 anos (50-74 a): 3.8%  (Maynard C. et al, Coronary Angioplasty outcomes in the Healthcare Cost and Utilization Project, 1993-1994. Am. J. Cardiol, 1998; April 1; 81(7): 848-52)

  3. Nossa experiência com o uso de cardiotônicos:

  • Na angina instável houve sustação clinica em 100% dos casos e 0% de mortalidade em 199 pacientes.

  • No enfarte agudo do miocárdio tivemos uma mortalidade global de apenas 12.2% em 1290 pacientes.

 

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