Instituto de Combate ao Enfarte do Miocárdio

 


 

Desafio à Ortodoxia Cardiológica: Avaliar na Prática os Conceitos Fisiopatológicos e Terapêuticos da Teoria Miogênica do Enfarte Miocárdico

 

Há 28 anos atrás elaboramos a Teoria Miogênica do Enfarte Miocárdico e temos aguardado em vão que a ortodoxia cardiológica brasileira apresente subsídios que ponham por terra nossos conceitos e que sejam consistentes e decisivos para a discussão que foi tentada e fracassou por ocasião dos Congressos Brasileiros de Cardiologia de Fortaleza (1973) e de São Paulo (1976).

 

Neste último, a Presidência do Congresso procurou ignorar os trabalhos desenvolvidos no Instituto de Cardiologia do Hospital Matarazzo sobre a nossa Teoria Miogênica e que já haviam sido contemplados com o Prêmio Ernst Edens pela Sociedade Internacional de Combate ao Enfarte (Stuttgart, Alemanha, 1975), quando nos negou a oportunidade de apresentar o assunto “Vantagens e desvantagens do cardiotônico no enfarte do miocárdio” designando hemodinamicista do nosso Hospital, mas ligado e dependente de poderoso grupo da Cardio-cirurgia de importante centro cardiológico de São Paulo. Todavia, com inteligente manobra de compensação e honrosa alternativa solicitou-nos que presidíssemos o Colóquio sobre Arritmias no referido Congresso.

 

A ortodoxia cardiológica brasileira depois das frustradas tentativas de discussão dos nossos conceitos fisiopatológicos e terapêuticos para a coronário-miocardiopatia, marcadas pela fuga em massa dos que haviam se preparado para atacar em Fortaleza e em São Paulo, resolveu pôr em prática o boicote em Congressos (Rio, 1974; Salvador, 1975 e Porto Alegre, 1977) e nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia de 1972 até 1994 quando finalmente conseguimos publicar o Ponto de Vista, intitulado “Porque Teoria Miogênica e não Teoria Trombogênica”, após troca de mensagens com o Editor protestando pela recusa à publicação das nossas casuísticas sobre os 3 estágios da coronário-miocardiopatia e que saiu publicado sem o habitual Contraponto que fora anunciado mas não cumprido por motivos que ignoramos.

 

Como conseqüência e reagindo contra tais atitudes descabidas na prática médica publicamos livro “Remédio boicotado substitui cirurgia da ponte de safena” de 1996, no qual denunciamos toda a lamentável postura dos mentores da Cardiologia que controlam a Sociedade Brasileira de Cardiologia, de cuja fundação participamos e fomos seu primeiro Tesoureiro, quando pensávamos que o seu destino seria em prol do desenvolvimento científico e do progresso da cardiologia brasileira.

 

Até agora, decorridos 28 anos, a ortodoxia cardiológica brasileira tem permanecido indiferente aos novos conceitos de fisiopatologia e terapêutica preconizados pela Teoria Miogênica, numa atitude antiética e de pouco profissionalismo, cientificamente faltosa nos seus deveres de avaliar e julgar tudo aquilo que surge na Medicina e que contraria a ortodoxia em qualquer especialidade.

 

Enquanto isso acontece, a ortodoxia cardiológica brasileira prossegue com toda fidelidade conservando a fisiopatologia preconizada pela Teoria Trombogênica do Enfarte Miocárdico, a despeito da existência de consistentes registros que representam conflitantes aspectos que contradizem o fundamental conceito da Trombose coronária como causa do Enfarte Miocárdico.

 

Tal mecanismo apesar de lógico e utilizado pela experimentação no animal, produzido pela ligadura de artéria coronária, tem-nos parecido não corresponder ao modelo do EM observado no homem, mesmo na presença concomitante de TC e de EM que continua exigindo acurado estudo que venha avaliar o conceito fisiopatológico da TM que preconiza o EM como causa e não conseqüência da TC.

 

Quintiliano H. de Mesquita, Cardiologista

 

 

Seção Polêmicas