Instituto de Combate ao Enfarte do Miocárdio

 


 

Após o Falecimento o Tardio Mas Justo Reconhecimento

 

A Revista da Sociedade Brasileira de Cardiologia, na sua edição de janeiro de 2001, publicou artigo onde se presta um 'Tributo' ao Prof. Dr. Quintiliano H. de Mesquita pelas suas diversas, pioneiras e importantes contribuições à Cardiologia. Suas obras, nunca contestadas pelos seus pares dentro do fórum acadêmico, têm agora a oportunidade de alcançar o justo e devido reconhecimento público. Desafortunadamente isto acontece, só após o falecimento deste extraordinário e valoroso médico, cientista e humanitário o qual, sem dúvida, tem um lugar de destaque reservado na história da medicina brasileira e mundial.

 

Arquivos Brasileiros de Cardiologia vol. 76, nº 1 pág. 98, Seção "In Memoriam", Janeiro 2001  

 

"Doutor Quintiliano H. de Mesquita (1918-2000)

 

Faleceu em 28 de outubro de 2000, aos 82 anos, o Doutor Quintiliano H. de Mesquita, após uma carreira brilhante como médico e pesquisador, deixando como legado para a Cardiologia suas inúmeras contribuições publicadas no Brasil e no exterior.

 

Natural de João Pessoa (PB), formou-se pela Faculdade de Medicina do Recife, transferindo-se para São Paulo onde fez seu estágio e especialização em cardiologia, entre Março de 1941 a Outubro de 1942, no Serviço de Cardiologia do Hospital Municipal de São Paulo, sob a chefia do Dr. Dante Pazzanese. Interessando-se pelo campo da eletrocardiografia, especialmente das arritmias, tornou-se um mestre, e mais tarde, chamado por muitos colegas, "O Papa das arritmias no Brasil". Permaneceu como assistente voluntário do Serviço de Cardiologia Municipal junto ao Dr. Pazzanese até outubro de 1945; participando ativamente nos Cursos Intensivos de Cardiologia de 1942-1948. Foi Fundador e Chefe do Instituto de Angiocardiologia do Hospital Matarazzo, de Outubro 1945 - Dezembro de 1979, onde desenvolveu a maioria dos seus trabalhos médico-científicos. Foi também, Encarregado do Serviço de Eletrocardiografia do Hospital Samaritano, de 1944-1970, Professor Honorário da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Paraíba,  Sócio Fundador da Sociedade Brasileira de Cardiologia e seu 1º Tesoureiro, Sócio Fundador da Sociedade Brasileira de Angiologia, Sócio Emérito Fundador da Academia Paraibana de Medicina e Sócio Benemérito da Sociedade Paraibana de Cardiologia.

 

Entre suas inúmeras contribuições pioneiras à Cardiologia (33 trabalhos inéditos na literatura mundial e 41 trabalhos inéditos na literatura nacional), destacamos:

1)  1º caso de aneurismectomia ventricular operado por Charles Bailey, em 1954

2)  1º caso de enfarte ventricular direito com diagnóstico realizado em vida dentro de novos padrões eletrocardiográficos contraditando a Teoria Cavitária e confirmando a Teoria Vetorial do ECG no Enfarte do Miocárdio, em 1960.

3)  a Teoria Miogênica do Enfarte do Miocárdio, em 1972

4)  diversos trabalhos sobre a síndrome de Wolff-Parkinson-White, confirmando, no último, a Teoria da Condução Acelerada de Prinzmetal, em 1999.

 

O trabalho relacionado à Teoria Miogênica do Enfarte Miocárdico "Cardiotônico: insuperável na preservação da estabilidade miocárdica como preventivo das síndromes coronárias agudas e responsável pela prolongada sobrevida" terminado poucos dias antes de falecer, encontra-se em fase de publicação.

 

Autor de vários livros recebeu o Prêmio Tradição Ernst Edens, outorgado pela Sociedade Internacional de Combate ao Enfarte, Sttutgart, Alemanha em 1975, pela sua Teoria Miogênica e tratamento e prevenção do enfarte através de cardiotônicos.

 

Acompanhando-o de perto durante os últimos 28 anos, na qualidade de genro, pude observar sua personalidade forte e de convicções firmes, sua coragem e perseverança, sua obsessão pela pesquisa e pela verdade científica; dono de uma memória fantástica, meticuloso em seus estudos e anotações, nutria uma paixão pela excelência e pela medicina, vivendo sempre preocupado com seus pacientes, procurando dar o melhor de si a eles.

 

O Dr. Mesquita era, tanto no convívio familiar como no trato com pacientes e colegas, uma pessoa bastante afável e acolhedora, sempre arranjando tempo e disposição para ajudar os outros. Também era um professor respeitado e estimado por todos os seus discípulos, o que é confirmado nas mensagens e homenagens recebidas logo após seu falecimento.

 

Aqueles que o conheceram de perto, certamente, lembrar-se-ão dele com muita saudade, e aqueles que não tiveram o privilégio continuarão recebendo e assimilando suas contribuições médico-científicas à Cardiologia. Sua obra continuará sendo divulgada pelos colaboradores, discípulos e amigos.

 

Carlos Monteiro"

 

O Instituto de Combate ao Enfarte do Miocárdio fundado pelo Dr. Quintiliano H. de Mesquita e dirigido por ele no período de 1999-2000, continuará a luta por ele iniciada, procurando preservar a memória das suas obras através dos diversos artigos e resumos de trabalhos publicados em Livros, Revistas especializadas e na Internet, além de Correspondências de médicos de renome internacional, congratulando-o pelos seus desenvolvimentos e descobertas, Homenagens de colegas brasileiros em razão de seu falecimento, do Prêmio dado a ele pela Sociedade Internacional de Combate ao Enfarte em 1975 e da Reportagem da Revista Bunte - Alemanha realizada em 1980 com o título "É assim que um Brasileiro combate o enfarte",  que podem ser acessados por meio de sua Homepage (Inglês / Português) em http://www.infarctcombat.org/qhm/homepage.html

 

Aproveitem a oportunidade para visitar as Seções 'Seu Coração', 'Polêmicas', 'Artigos', 'A Doença' e 'Denúncias' de nosso Instituto, onde encontrarão vários artigos escritos pelo Dr. Mesquita além do acesso gratuito às páginas do Livro “Teoria Miogênica do Enfarte Miocárdico” em http://www.infarctcombat.org/OInstituto/home.html

 

Nilson Guedes Pereira

Diretor Secretário

 

Março, 2002

 

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