Instituto de Combate ao Enfarte do Miocárdio

 


 

Como Reagem os Coronários Frente ao Diagnóstico

 

Quintiliano H. de Mesquita, Cardiologista

 

Feito o diagnóstico em qualquer das 4 condições clínicas referidas no artigo “Primeiro Contato do Coronário Com o Cardiologista”, a primeira reação do paciente é de frustração, decepção, desalento e incerteza quanto ao futuro, porque em geral são surpreendidos em plena atividade, na fase de maior produtividade e de auto-confiança. 

 

Assim, para que reajam em favor de si mesmos, carecem de esclarecimentos e informações detalhadas sobre as possibilidades de continuarem levando vida normal.

 

Com freqüência, são vistos pacientes colocados em situação deprimente, sem horizontes precisos quanto ao futuro, porque lhes falta a boa informação, acerca das várias opções terapêuticas e da possibilidade de conviverem com sua condição clínica.

 

Vamos então analisar sobre o que ocorre na mente dos portadores de cada uma daquelas 4 condições clínicas referidas:

 

O portador de coronariopatia silenciosa ou assintomática e o de processo sintomático de angina estável, só diferem no fato de que um sente o que o outro não é capaz de sentir, quando ambos desenvolvem o mesmo processo de isquemia miocárdica.

 

O portador de coronariopatia sintomática – angina do peito estável ou angina de esforço – tem o sintoma dor sempre motivado por esforço ou emoções, como característica de uma relação entre causa e efeito. Trata-se de paciente temeroso ante a sintomatologia que o acomete e quase sempre é mal informado sobre o seu estado e o próprio destino.

 

O paciente com o processo de angina do peito instável, pré-enfarte ou síndrome intermediaria, ao tomar conhecimento de sua situação clínica, entrega-se decididamente ao combate do pior em jogo que é o enfarte iminente. Sujeita-se passivamente, dominado pela insegurança e intranqüilidade, mas motivado pela esperança de bom êxito.

 

O paciente com enfarte agudo, desconfia desde o início de que algo de muito sério o acomete e na atualidade, mais da metade dos casos já chega com suspeita diagnóstica própria, de amigos ou parentes, porque o temor universal é popularizado e se chama enfarte e ainda mais, ao que nos parece, a fama mata muito mais do que na realidade, pois basta haver um óbito sem uma causa mais clara e evidente para que logo se debite ao enfarte a responsabilidade pelo óbito.

 

Em geral, o paciente enfartado chega ao médico, medroso, aflito, sem querer enfrentar a realidade, descrente do futuro e com a idéia do perigo iminente na cabeça, como se fosse um “cristal rachado” que pode se partir ao meio sob a ação do vento; entretanto, temos constatado que, no recôndito daquele coração assim atingido, repousa a grande esperança e a vontade de viver, agarra-se fácil e confiante ao seu salvador.

 

Veja também

 

O BOLETIM